Milfontes, mas que futuro? (Parte I)

Futuro de Milfontes

Um dia Woody Allen disse “ O futuro interessa-me porque é o lugar onde eu vou passar o resto da minha vida”. A questão deve de estar presente na mente de todos nós. Nos que trabalham na terra. Nos que trabalham no mar. Nos estudantes da terra que se encontram fora, nos comerciantes, nas famílias, na população milfontense em geral.

O futuro é mudo e bastante traquina. Chega sem avisar, intemporal. Chega sorrateiro, perigoso. Chega variável, destemido. Chega rápido, irrequieto. Chega no presente, imperfeito. Chega cruel, nefasto. Frequentemente toda a gente tem tendência para parar e pensar. O que será Vila Nova de Milfontes no futuro? Trará o futuro boas perspectivas para Milfontes?

Existe várias futuras vertentes para a nossa vila. Será Milfontes, a terra piscatória? Será Milfontes, a terra da agricultura? Será Milfontes o grande dormitório, em versão grande e bonita, da zona industrial de Sines? Será Milfontes, a terra do turismo? Será Milfontes um misto de tudo um pouco? Prendo-me com algum cepticismo sob o que será a nossa vila num futuro muito breve.

É inevitável começar por salientar que, infelizmente, a política é o primeiro passo do desenvolvimento socioeconómico de qualquer lugar. Tudo o que nos rodeiam sejam grupos, associações, clubes e afins é constituído por pessoas. E as pessoas são todas diferentes. Diferentes formas de pensar são causas de um grande separatismo ou de uma grande união. Mas é a falta de contenção de mentes mais perspicazes, conflituosas e de tantas outras gananciosas que a diversidade positiva política se perde. Bem mas o assunto da política ficará para ser abordado mais para a frente.

Estudantes. Qual será o futuro dos nossos estudantes quando acabarem os seus estudos universitários? Regressarão para a terra que os viu crescer? Virão para trabalhar nas áreas em que se formaram? Professores, enfermeiros, médicos, engenheiros electrotécnicos, engenheiros civis, do ambiente e por aí em diante, onde irão eles ter emprego? O que Milfontes vai ter para oferecer a estes jovens recém-licenciados? Empregos e mão-de-obra específica e qualificada? Não! Não com a conjuntura socioeconómica que temos. A mim parece-me mais que Vila Nova de Milfontes irá sofrer uma forte queda em termos de população pois a falta de emprego qualificado será tão acentuada que a mudança de localidade irá ser um factor inevitável para sobreviverem no meio de tanta precariedade.

Note-se que o problema irá ser direccionado sempre para o mesmo ponto. O dinheiro. O grande problema é sem dúvida a falta de investimento em infra-estruturas e actividades privadas que dêem uma outra projecção de Milfontes como vila de esperança. Esperança num futuro risonho. Temos terra para cultivar mas temos falta de vontade e apoio das entidades competentes. Temos terra para construir mas temos fiscais da câmara e os verdes para proibir. Temos turismo mas não temos incentivos. Temos cultura mas não temos um livro. Temos pessoas mas não temos união. Temos todos razão mas ninguém chega a uma conclusão.

Efectivamente o futuro está nos jovens. Não o podemos negar. É tão clarividente que até chateia por tão poucas pessoas o verem. Não se pede revolta, pede-se palavra. Não se pede discussão, pede-se união. Pede-se muito mais que um movimento social. Pede-se uma movimentação em massa de ideologias genuínas, novas e energéticas. Pede-se garra esta geração que vai ter que partir do zero para ter algo no futuro. Para poder sonhar com uma vida decente.

Continue em sintonia com o vnmilfontes.info e não perca brevemente a continuação de Milfontes, mas que futuro? (Parte II ).

Marco Matos

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