A Cultura é saber. Palavras têm o poder de afectar milhões, uma humanidade diria. As palavras estão sempre na moda. Em todas as áreas as usam. Do desporto à política. De verdades a mentiras. Para quantificar ou qualificar. Para desvalorizar ou valorizar.

E porque não valorizar quem cria e semeia a cultura nos outros? Colocar questões, identificar problemas sem apresentar soluções não é, de qualquer ponto de vista, produtivo. Acredito que poucos dos habitantes de Vila Nova de Milfontes parem um pouco para pensar algo do tipo “Ok, hoje apetecia-me fazer algo diferente”, “E que tal um Cinema? Está fechado, algo do género haverá? Algo cultural?”. Pois é meus amigos, poucas devem ser as mentes que o pensam. Porquê? Simplesmente não existe na mente Milfontense o hábito regular de assistir ou presenciar um ato de cultura. Teatro? Musical? Revista? Exposição? Galeria de Arte?  Cinema? O que existe na vila? Um cinema fechado com cerca de 722 m2, com capacidade para actividades culturais de A a Z, à espera de uma resolução que não se avizinha breve. Temos também as associações de teatro ao cargo do amigo Luís Pisco, o Grupo Folclórico de Vila Nova de Milfontes no fundo até temos algo mas o que será necessário fazer para incutir às pessoas a necessidade de aprender, ver novas coisas. Tudo é arte.

Vila Nova de Milfontes é uma terra cheia de história que foi composta por várias mentes, vários artistas, foi a cultura destes “iluminados” que compôs o que a Vila é hoje. Na minha perspectiva e deixo algo ao pensamento e opinião de cada um e com liberdade para pegarem e tornarem ainda melhor ideia, mais bem concebida entenda-se. Porque não criar uma associação de criativos em Vila Nova de Milfontes, mas para actuar no concelho todo? Esta associação teria como principal objectivo fazer chegar a cultura a todas as pessoas inclusive aos habitantes mais isolados do concelho. Levando a cultura, nas suas diferentes formas, a um expoente máximo na relação ganhar – ganhar entre artistas e pessoas. Esta associação teria a função de contactar artista de rua como palhaços, malabaristas, pintores e incentivar a contribuição artística à vila. Colocando no mapa Milfontes como roteiro obrigatório de artistas. A criação desta associação a laborar convenientemente e criando com regularidade eventos de cultura iria criar o hábito às pessoas de procurar cultura. De Verão mais vocacionado aos turistas, com mais artistas de rua, de Inverno mais exposições de arte, teatros, cinema por aí em diante.

Mudar é necessário. Mudar a mente do povo Milfontense é necessário senão é um volta na gira volta de andar a criar mas caindo sempre de fracasso em fracasso, desacreditando o bom trabalho que até se podia criar. Criar cultura é nos reinventarmos a nós próprios como seres viventes facilmente camufláveis contrariando o ócio e elevando a alma e o artista que há em cada um de nós.

Marco Matos