Entrevista: Dirt 2 Death

Fotografia membros Dirt 2 Death

Os Dirt 2 Death são na actualidade o projecto musical mais consistente de Vila Nova de Milfontes. Focada no Metal, um estilo musical alternativo e muitas vez marginalizado, esta banda tem sabido reinventar-se e criar o seu próprio público, usando como principal arma o seu talento musical e a sua paixão pela música que tocam.

O alcance da sua música e a capacidade para penetrar em ouvidos pouco habituados a uma sonoridade mais pesada, fica bem patente com as duas vitórias dos Dirt 2 Death no concurso de Bandas de Odemira. Nesta entrevista, damos a conhecer a visão da banda sobre o panorama musical local e nacional e sobre o futuro do seu projecto.

Pergunta: Como é que nasceram os Dirt 2 Death e a ideia de tocar Metal, numa pequena localidade como Vila Nova de Milfontes?

Dirt 2 Death nasce naturalmente. Começa no gosto pela música, que é levado mais a sério tocando um instrumento. Depois é com muita naturalidade que surge a vontade de encontrar outras pessoas, combinar umas Jam Sessions e depois quando a coisa corre bem começa-se a pensar em compor umas músicas, sempre influenciadas pelas bandas que nos inspiram, e depois é levar essas músicas para palco.

Neste caso foi o Telmo e o nosso ex-vocalista que começaram por se juntarem e explorar estas sonoridades mais pesadas. Tudo o resto aconteceu muito depressa, o Renato para a bateria e logo a seguir o Costa para o baixo.Tocámos assim durante uns bons tempos, até o Daniel sair da banda por motivos pessoais e entrar o Connie para o seu lugar, trazendo uma nova vertente e uma nova energia à banda.

Como é que definem o vosso estilo de música?

Nós consideramo-nos algures entre o thrash da velha guarda como Slayer, Exodus, Pantera, etc, e o metal mais moderno e melódico de bandas como Sylosis, Mastodon, Machine Head, Lamb Of God, entre outras.Achamos que o que nos define é a importância que damos à existência da melodia e harmonia a rasgar pelo meio do peso que este género musical requer.

Algo que na nossa opinião também nos diferencia é o facto de não recairmos num metal que só aborda temas muito pesados. As nossas letras falam sobre muitos assuntos e preocupações da vida de todos, como é o caso da política, dos nossos abusos perante a natureza, a perda de alguém, as consequências dos nossos actos, e por aí fora.

Até 2005, podemos afirmar que, durante muitos anos, não existiram bandas a tocar ao vivo em Milfontes. Desde essa altura, surgiram alguns projectos que conseguiram algum “tempo de antena”. É fácil tocar no litoral alentejano? Como é que os promotores locais reagem ao vosso estilo de música?

É de facto complicado. Há pouca aposta por parte dos proprietários de espaços nocturnos, mas cada um faz a gerência do seu espaço da forma que entender.

A nossa maior tristeza cai sobre a nossa junta de freguesia. Ao contrário de Odemira, Milfontes não disponibiliza às bandas um local para ensaiar e isso por vezes é uma complicação. Estivemos presentes com uma actuação na campanha do actual presidente da junta, mas o que é facto é que desde então nunca mais se lembrou de nós, e prova disso é que temos a vila cheia de gente agora no verão e está um palco montado junto à praia, noite após noite, sem uso.

É uma pena que se voltem as costas aos nossos jovens que bem podiam dinamizar a vila em diversas áreas.

E se falarmos em termos nacionais, como é que analisam a cena Metal em Portugal? Tem futuro?

O metal nacional está de boa saúde. Temos cada vez mais bandas, e algumas delas já são referência no estrangeiro.

Com as novas tecnologias, mesmo sem promotores, as bandas conseguem dar-se a conhecer e é isso que faz das bandas “underground” tão dedicadas, porque tudo o que conseguimos é na maioria das vezes sem ajudas nem apoios e vem única e exclusivamente do nosso suor.

O metal às vezes não é decentemente valorizado, por o público não tentar perceber que por trás do peso está uma letra e uma mensagem que tentamos passar.

Já contabilizam duas idas a estúdio, como é que os vossos trabalhos foram recebidos?

Temos tido boas criticas acerca delas. Algumas bastante construtivas que nos ajudam a melhorar.É sempre difícil pagar do nosso bolso a um estúdio e portanto o sistema obriga a termos de gravar 3 ou 4 temas em 10 ou 12 horas, quando para sair perfeito é necessário muito mais do que isso.

Mas de qualquer forma é bom termos algo para mostrar e é uma experiência que dá preparação para num futuro próximo arrancarmos com o nosso primeiro álbum, que tencionamos gravar com calma para que só saia do “laboratório” quando estiver como o idealizámos.

Imaginam-se um dia a viver da música, ou contentam-se em continuar a fazê-lo como hobby?

Acima de tudo fazemo-lo por prazer, mas é algo que sem dúvida estará sempre presente nas nossas vidas. É aqui que encontramos a nossa identidade e nos sentimos realizados.
É o nosso sonho, mas sabemos que é preciso muito trabalho e aproveitar as oportunidades certas.

Têm seguido o vnmilfontes.info? Sejam simpáticos e digam-nos o que pensam do nosso projecto.

É muito importante que exista alguém que publicite a nossa vila e o que de melhor ela tem…e vocês têm feito um trabalho extraordinário, e é sem duvida um prazer estarmos aqui a colaborar convosco. Esperamos sinceramente que continuem com este projecto.

Parece-nos que esta é uma excelente altura para deixarem uma palavra aos vossos fãs…

Queremos agradecer a todos aqueles que nos apoiam e nos têm proporcionado momentos únicos.

Esperamos também corresponder da melhor forma e fazer com que nunca se arrependam de uma noite passada na nossa companhia. Um grande abraço aos nossos irmãos Sentola, que também merecem todo o apoio da nossa vila e ao nosso manager, o Robert Van Lit, que tem aturado umas belas partes nossas.

Deixamos também aqui o nosso site, e convidamos toda a gente a passar por lá, acompanhar as nossas noticias e ouvir as músicas que lá disponibilizamos.

Muito obrigado ao VNMILFONTES.INFO e tudo de bom para vocês.

 

Dirt 2 Death
Connie, Telmo, Costa e Renato

www.wix.com/dirt2death/enter

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