Em declarações emitidas ontem pela Rádio Sines, o vereador responsável pelo pelouro do Desenvolvimento Económico e do Turismo na Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro, afirma que o presente ano vai ser “um bom ano turístico”.
Aos microfones da rádio, o vereador afirmou que o “concelho consegue atrair turistas não pelo baixo preço mas pela sua qualidade enquanto destino turístico, em termos paisagísticos de beleza única e com uma diversidade difícil de repetir”. Citou ainda a importância e a qualidade dos produtos locais, como o peixe e o marisco, como factor de atracção turística.
Tudo muito bonito, afinal de contas são clichés que soam bem. E a falta de investimento camarário nesse mesmo turismo, perguntamos nós? A ausência de eventos nas localidades ditas turísticas é gritante. Vamos então recordar: para o 25 de Abril em Odemira houve fundos. Quer para os concertos, quer para o habitual espectáculo piro-musical. Vila Nova de Milfontes e Zambujeira-do-Mar ficaram privadas do fogo-de-artifício de fim-de-ano, por motivos orçamentais. O festival Tass Jaz (evento de cariz cultural que se saúda) continua a realizar-se anualmente em Odemira. E porque não trazer alguns concertos desse festival também para as outras localidades?
Os responsáveis municipais continuam a fechar os olhos. Esperam que os turistas venham apenas pela paisagem e esquecem-se de toda a componente cultural e dinâmica necessária para a afirmação do Litoral do Concelho, como destino turístico de excelência. E atenção, que não se pedem mega-eventos. Pequenos concertos a realizar em locais marcantes, não iriam trazer um grande aumento de custos e seriam um ponto de partida.