Se da cabeça de Paulo Futre nasceu a ideia de encher Alvalade com chineses, para os responsáveis da agência de viagens Sunvil Discovery o objectivo passa por encher o Alentejo de ingleses. No dia vinte e dois de Maio realizou-se o primeiro voo comercial entre o aeroporto de Heathrow (Londres) e Beja. A bordo do Embraer da companhia BMI chegaram quarenta e nove passageiros. Até dezasseis de Outubro, a agência de viagens inglesa tem agendadas vinte e duas ligações charter entre o Reino Unido e o aeroporto de Beja. Os voos irão realizar-se sempre ao Domingo. O director da Sunvil, afirma esperar que esta iniciativa seja “o princípio para colocar o Alentejo no mapa”. Até ao momento, já foram vendidas vinte por cento das reservas disponíveis.
Neste momento encontram-se outras companhias aéreas low-cost a negociar a utilização da pista alentejana, como por exemplo, a líder de mercado Ryanair.
Nos pacotes comercializados pela Sunvil Discovery, estão incluídas sete noites no Alentejo por preços entre os quatrocentos e setenta e quatro e os novecentos e sete euros por pessoa. Das reservas efectuadas até ao momento, já foi possível notar um maior interesse no Litoral Alentejano, particularmente em Vila Nova de Milfontes, mas também em Évora.
Se esta iniciativa tiver sucesso, o posicionamento de Milfontes como destino turístico essencialmente nacional poderá ser alterado. Se isto significar, o aumento de turismo de qualidade, mantendo os pressupostos da defesa do património, ambiente e identidade local, será sem dúvida positivo para toda a região. Já se este processo for sinónimo da tão temida “algarvização” da costa alentejana, então será um enorme retrocesso para todos. Turismo de qualidade é essencial, mas a aposta deve incidir na diversificação e na rentabilização de todo o património natural e cultural e não na construção maciça.