Protesto dos Pescadores em Milfontes – Vídeo e notícia

Realizou-se este Sábado, o anunciado protesto dos pescadores lúdicos em Vila Nova de Milfontes. A manifestação teve repercussão em órgãos de comunicação nacional, sendo de destacar a notícia da Agência Lusa veiculada pela SIC Notícias e pela TSF.
Transcrevemos aqui a notícia da Lusa e mostramos-lhe em primeira mão, a peça noticiosa sobre a manifestação.

Odemira, Beja, 14 mai (Lusa) – Algumas centenas de pescadores lúdicos protestaram hoje, em Vila Nova de Milfontes (Odemira), contra as restrições de acesso ao mar impostas pelo plano de ordenamento do sudoeste alentejano, exigindo políticas de pesca sustentável sem zonas proibidas.

Com frases de ordem como “mar privado, não obrigado” e “somos pescadores, não somos criminosos”, pessoas de vários pontos do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, de diferentes idades, por necessidade ou solidariedade, percorreram a pé as ruas entre a entrada da vila alentejana e a zona do farol.

David Rosa, representante da Comissão de Pescadores e População da Costa Portuguesa, disse à agência Lusa que a manifestação de hoje foi contra as restrições colocadas pelo Plano de Ordenamento do parque natural, que “cada vez mais impedem os pescadores de chegar ao mar”.

Os pescadores “não concordam” com as zonas de restrição criadas, bem como com a “discriminação entre os portugueses”, já que os não residentes na região não podem pescar na zona, colocando em risco algumas atividades da economia local.

A obrigatoriedade de respeitar o defeso do sargo, entre 15 de janeiro e 15 de março, que se aplica apenas aos pescadores lúdicos, e a proibição de pescar à quarta-feira foram outras das medidas que conduziram aos protestos de hoje.

Para Graciete Eliziário, 68 anos, os pescadores devem “ser livres para governar a vida como sempre” fizeram, mostrando-se preocupada não só com a perda do “complemento da reforma”, mas também com o reflexo negativo que esta situação tem tido no turismo.

José Pacheco, 63 anos, pescador da Zambujeira do Mar, pediu “justiça” na atribuição das “80 licenças para a apanha de percebes” disponíveis, dizendo que são entregues “sempre aos mesmos”.

Apesar de ter licenças de pesca e apanha de percebes, e de a idade já não lhe permitir dedicar-se à atividade como antes, José Joaquim, 78 anos, juntou-se ao protesto para “lutar pela liberdade que os pescadores tinham”, pois sentem-se “reprimidos” com as restrições do plano de ordenamento.

Contudo, queixou-se de que as pessoas “não lutam” pelos seus direitos e, embora o grupo se tivesse mostrado motivado durante todo o caminho, agitando bandeiras negras e gritando palavras de protesto, para o idoso deveriam ter estado presentes “duas ou três vezes mais pessoas”.

Miguel Portas, eurodeputado do Bloco de Esquerda, juntou-se ao movimento com dirigentes locais do partido, por uma “questão de bom senso”, considerando que as restrições “não têm adequação à realidade” e que a solução é “uma negociação séria entre os pescadores e o parque [natural], que seja respeitada pelo Ministério do Ambiente”.

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