Tal como ontem, hoje voltamos a focar a nossa atenção no conteúdo da entrevista dada pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Odemira, Hélder Guerreiro, ao Jornal “Correio Alentejo“. Uma das perguntas incidiu sobre o ponto de situação dos três grandes projectos turísticos projectados para o concelho de Odemira.

Para quem não está dentro do assunto, informamos que aqui se fala dos projectos Algoceira, Vila Formosa e Aivados (estes últimos em Milfontes). Face à resposta deste responsável político, ficámos a saber que os três projectos estão neste momento parados: o projecto para Algoceira esbarrou numa recomendação da União Europeia, devido ao impacto ambiental que iria causar.

Já o projecto para os Aivados, parece ter ficado pelo caminho por incapacidade de financiamento do promotor. Por fim, o projecto Real Vila Formosa, “está a ser trabalhado do ponto de vista do ordenamento” e se avançar terá dimensões muito menores do que as inicialmente planeadas.

Para nós, são óptimas notícias. Já referimos várias vezes, considerarmos não concordarmos com projectos deste nível em Vila Nova de Milfontes e no Litoral Alentejano em geral.

A diferenciação terá que ser feita pela qualidade e pela promoção das potencialidades naturais e não por mega-projectos turísticos. Principalmente, para defesa do nosso património natural, mas também porque aqui ao lado, o turista poderá encontrar um Algarve repleto de projectos dessa índole.

Para que se possa ter ideia do que estava em jogo no projecto original “Real Vila Formosa”, aqui ficam alguns dados: o projecto iria nascer a Sul de Vila Nova de Milfontes, ocupando uma área superior a 700 hectares , 3 quilómetros de frente de mar e seis de frente de rio. Seria construído um hotel de 5 estrelas, um hotel rural com 50 quartos, um campo de golfe e apartamentos turísticos. Basta imaginar a margem esquerda do Mira, sem a actual mancha verde e com toda esta construção.

A recente inauguração da Rota Vicentina aponta o caminho a seguir e esperamos que seja esse o itinerário escolhido. É necessário usar o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina como factor de atracção e não apenas como factor restritivo.